quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Pra você que faz ela sofrer: ME AME.

Daí que a gente vive ciclos.
Nós, Mulheres.
Todo tempo.
Todos os meses.
Todos os dias.
Todos os anos.
E a gente se encontra e se esbarra no meio dos caminhos [e descaminhos].

Neste momento eu não sei precisar quantas das minhas Amigas estão apaixonadas.
E nestas horas, de paixonite aguda, a gente vira adolescente.

É.
A gente vira.
A gente continua a ser, na verdade.

Tanto quanto você, O Pseudo Cafajeste.

Sabe por que pseudo? Porque no fundo você é um CUZÃO.

Você corre de chuva pra não se molhar.
Você tem medo de ter coceira com perfume.
Você não toma sorvete pra não ter febre.

E Ela, A Minha Linda Amiga, que te faz suar, que te dá coisinha com o cheiro que exala e que te deixa arder... TUDOJUNTOMISTURADO... é o sinônimo do pânico na noite. É a Filha do Demônio.

E sim: Ela é.
E você foge dEla como o Capeta da água benta porque sabe que Ela é o Pecado Mais Doce do Mundo.

Você dança feliz, apaixonado, mas de luz apagada que é pra não ser visto por si mesmo no reflexo do espelho: vai que tu te apaixona de si mesmo?
Você finge que tá nem aí porque, no fundo, é mais fácil assim.
Você titubeia por medo de envolvimento.

E é nessa hora, na hora que o teu medo faz Ela estremecer que... que entram as... Melhores Amigas dEla.

As Temidas.
As Malditas.
Aquelas que tu quer ver pelas costas.
Aquelas que dificultam o traquejo pouco seguro que você tem.

Aquelas que... bom: é aí que entro Eu.
Euzinha aqui.

E sim: chupessamangacaçúcar, Gato.

Você me teme porque sabe que uma palavra minha e... BOOOOOOOM!
Castelo de areia perde ao menos uma torre.

Sim. Perde.
Perde porque quem tá de fora vê melhor até onde vai a coragem ou a falta dela.

E olha.
Eu não faço isso porque te deteste.
Eu faço porque a amo.
Ao invés de me temer e canetar, tu deveria me amar.
Porque se tu tem um approach real com ela, se é verdadeiro ao menos o zelo: eu to cumprindo meu papel.
Eu to zelando a Galega.

E... se tu realmente se interessa pelo bem estar dela: TU DEVERIA ME AGRADECER POR NÃO TER CERTEZA DO QUÊ É VOCÊ.
Deveria achar leeendo que Ela tá cercada das Melhores Escudeiras.
Deveria achar riqueza que a gente não joga a Diva na cova com os leões: enquanto tu num me provar que é coração de leão, mas felino dócil quando quiser: Eu não vou jogar Ela na tua rede de mão beijada: Eu vou aqui dentro do meu elo com Ela, deixá-la no viveiro marinho, de onde Ela irá ver o mar, nadar, mas Tubarão não vai levar. Que é só pra garantir integridade... vai que.

Depois, quem secará as lágrimas serei Eu.
E ó: detesto retrabalho. Quédizzê.

Fato é que o cara bem resolvido emocionalmente não teme ou tem pinimba com as melhores amigas das meninas-mulher que eles tão 'pegando': entendem que este movimento é natural.
Assim como pra eles é natural dividir com o melhor amigo como ela é boazuda e como foi bom estar com ela.
A primeira coisa que o cara vai fazer quando come a gostosa cobiçada é ir lá no mais querido e dizer: "Comi".
E a gente sabe que é assim.
A gente tem certeza, na verdade.
A gente sabe, inclusive, que, quando o envolvimento depois do 'comi' passa ser real... é aí que cêis vão ponderar TODOS os fatores. E temer.
E vão achar um mundo de defeito na gente que é pra justificar a falta de coragem em sofrer depois.
Enfim.

Claro que há quem pague pra ver e é por isso que tem tanta história feliz neste mundo.
Mas há quem não pague.
Por medo.
Por culpa.
Por descaminho.
Por desescolha.
Por N fatores que não vêm ao caso.

O quê vem ao caso aqui é uma coisa só: se você gosta da Cabocla Delícia tanto quanto acha que... ME AME.

Porque Eu sou exatamente isso que você teme na Vida Dela.
E quero ser.
E serei.
E e você que durma com este barulho, não Eu!

E sabe por quê?
Sabe mesmo por quê?

Porque Eu só sou o quê Ela é na exata medida pra mim: Eu também sangro, Eu também tenho quem me defenda.
E no corporativismo feminino: é assim que funciona.
A gente se aparta..
A gente se aninha porque quando tudo rui, é ali que a gente guarda parte dos nossos corações destruídos: a gente corta um pedaço e bota na mão das Melhores Amigas... enquanto um pedaço cicatriza, o outro continua batendo aqui dentro.
Vocês nunca irão entender como funciona o Mundo Feminino neste quesito: isso é muito nosso.
Isso é muito de Alma Feminina.
Vocês irão afogar vossas dores em coletividade também, mas no oba-oba. E acho mesmo muito produtivo.
Acho mesmo que faz parte da cena.
E acho muito triste o cara que não tem mais outros tantos caras pra tirar ele de casa, da fossa e jogar ele de volta na vida, na pegação, da curtição: faz parte do jogo!

Mas aqui: da mesma maneira que o jogo de vocês têm regras... o nosso também tem.

O caminho pode ser suave.
Eu realmente torço pra que seja, na verdade!
Daqui, eu quero muito que dê certo! Que Vocês dêem certo!

Mas... se me quer aliada, só é preciso uma coisa: ME CONVENÇA.

Assim.
Simples.
E nem dói, falaê?




quinta-feira, 31 de outubro de 2013

O 3 dos 30.

E hoje nós 3 vamos dormir chorando.

Tristeza?
Não propriamente.

A gente chora o Inevitável.
A gente chora o Aprendizado.
A gente chora a Liberdade.
A gente chora a Parceria.
A gente chora a Amizade.

Hoje a gente tá indo dormir como nunca fomos nestes 5 anos de amizade: de Almas Entrelaçadas.
É inacreditável como coisas que parecem "encontradas" na verdade "nos encontram".

Decidimos fazer uma tatuagem coletiva semana passada, na madrugada de terça pra quarta feira.
No sábado, já estávamos no estúdio.

No dia, eu escrevi um texto na nossa foto:

[Daí que Carolina foi estudar o símbolo que a gente escolheu por identificação visual: três folhas, três somos nós. E descobriu que uma das muitas simbologias do Trevo diz que uma folha significa Amor, a outra Esperança e a outra, Fé. Quando acontece uma quarta folha, Sorte. Daí o significado do Trevo de Quatro Folhas.
Pois bem.
Fez todo sentido do Mundo.
Carolina é a Fé em pessoa.
Giselle, o Amor. No mais doce grau.
E Esperança é uma definição em mim.
E de repente, entendi porque a gente consegue ser tão diferente e ainda assim, unidade. Amo. Muito.]

Hoje, Dia das Bruxas, eu olho pro meu pulso direito e vejo um Trevo Celta.
E que nos representa. E de repente. Assim. Sem ter sido chamado.

Carolina descobriu que Saint Patrick, patrono da Irlanda, utilizou a simbologia do "Shamrock" -'Planta Jovem de Três Folhas' em gaélico- pra explicar a Santíssima Trindade aos Celtas, num movimento de convencimento à crença cristã: Pai, Filho e Espírito Santo em formatos idênticos e presos a um único caule.

Planta. Nascimento.
Jovem. O quê somos, de fato.
Três folhas. A unidade.

Pros Celtas, o #3 tinha peso na simbologia: representava corpo, mente e espírito, na Tríade Sagrada.

Corpo. Amor.
Mente. Fé.
Espírito. Esperança.

Fui buscar mais informações sobre.

A astrologia diz que quem nasce sob o #3 ama a vida, as artes, as cores, a comunicação em geral e o Feng Shui diz que quem quer ser feliz, tem de morar numa casa #3: fatalmente será a mais festeira da rua! Pessoas, cores, sentimentos.
É isso o quê acontece sempre que a gente se junta. Desde sempre.

A gente se via bem menos... atribulações cotidianas, o compasso destoante do dia a dia, os compromissos, as urgências acadêmicas, os horários nem sempre concomitantes de trabalho.
Isso nos dificultava.

Até que... se faz 30. [Ou variações dentro destes... *risos*]
E tudo passa a ser relativizado dentro da gente.
Dentro do Feminino de Ser.

Horários a gente passa a adaptar pra que se possa ser.
Prioridades nas obrigações pra que se possa programar.
Escolhas cotidianas pra que seja possível se encontrar.

Se encontrar.
Encontrar-se.
Reflexivo.

E... até que se faz 30.
E a maturidade bate à porta.
E pede escolhas pessoais.
Emocionais.
Filosóficas.
Práticas.

E bota em xeque toda uma vida. Três, no caso.

Pois bem.
Eu já vinha neste processo, daqui, dos meus já 33 -olhaê o número sagrado, Minha Gente!!
E recebi docemente Giselle, nestes 31. Nas dúvidas, anseios, mudanças e tudo aquilo que acontece neste marco que sim... é quase cósmico.
E agora, juntas, a gente dá as mãos à Carolina: na iminência dos 30.

É simbólico.
É simbiótico, talvez.

Talvez não seja por acaso que π [pi] valha 3,1416 e não 'outro número',1416...
Dizem que o símbolo do Infinito é um 8. Pode ser, mas depende do 'olho de quem vê': talvez eu prefira acreditar que são dois números 3, olhando um para o outro.
Talvez também não seja por acaso que a Proporção Áurea esteja sempre balizada por triângulos: são 3 os seus lados.
Alguns estudos afirmam que Cristo morreu aos 33 anos.
São 3 os princípios maçônicos: liberdade, fraternidade e igualdade.
Brahma, Shiva e Visnhu compõem a divina trindade Hindu.
No Egito, a trindade é composta por Hórus, Ísis e Ósiris.
Na Cabala: Kether, Chokmah e Binah.
As famílias são feitas de pai, mãe, filho.
As etapas alquímicas: 'nigredo' -a fase 'negra', de ignorância e necessidade de renovação: a morte espiritual-; 'albedo' -a fase 'alba', da tomada de consciência: a purificação-; e 'rubedo' -a fase 'rubra', do estabelecimento da consciência definitiva: a iluminação.
No Tarô, o Arcano Maior simbolizado pelo #3 é a Imperatriz: quando surge num jogo, indica que nova fase está prestes a começar. E quase sempre, ligada ao campo terreno: uma criança, um novo emprego, um casamento. É a libertação e liberação da criatividade instintiva. É a Grande Mãe -a Terra- abençoando vidas.

E... interessantíssimo: na mitologia grega, as Moiras eram 3 irmãs que detinham o poder dos fios condutores da Vida, decidindo os destinos de mortais e imortais. Pra tanto, elas utilizavam a Roda da Fortuna -alá a sorte de novo!- pra tecer os tais fios.

Láquesis, Cloto, Átropos: nesta ordem.
Cloto ['fiar' em grego] era responsável por tecer o fio.
Láquesis ['sortear' em grego] puxava e enrolava o fio.
Átropos ['afastar' em grego] tinha a incumbência de cortar o fio.

São quase sempre representadas por figuras lúgubres, num semblante sombrio, fazendo jus ao pesado ofício.

Corpo. Amor. Tecer.
Mente. Fé. Fiar.
Espírito. Esperança. Afastar.

O Amor que tece, dando corpo aos sentimentos nobres, à força motriz do Id.
A Fé fiada numa mente centrada, catalizando coisas de maneira racional, sem perder iluminação no processo do Superego.
A Esperança tirada da Caixa de Pandora quando do enfrentamento do Ego, transcendendo rupturas.

Acho mesmo que esta definição nos resume: disto é composto nosso tripé.
Da melhor e mais abrangente maneira possível.


O Três.
Que define tanta coisa.

O Três, que de repente nos faz olhar caleidoscopicamente uma à outra.
E nesta relação espelhada, a gente entende o movimento do mundo.
Dum mundo paralelo muito nosso.
Individual e coletivamente.

Vidas paralelas.
Existências inexatas pela simples escolha de ser mutante.

"Você precisa de terapia."

Eu já faço. E ouvi isto por uma vida de algumas pessoas, como se definir tempo fosse direito e dever de quem quer que fosse/seja extra mim.
Giselle ouviu isso a caminho do já escolhido divã.
Carolina foi hoje rotulada a. Como se isto já não fosse premissa.

Daqui dos meus já 33... acho mesmo é que O Mundo precisa de terapia.

Porque gente inteira se admite e se autoanalisa.
E... na impossibilidade de dar conta, abre o catálogo do Convênio Médico e busca um profissional gabaritado a.

Daqui dos 'Quase 30', a gente se vê muito preocupada em ser melhor.
Em vigiar melhor.
Em adaptar melhor.
Em consumir melhor.
Em Amar melhor.
Em chorar pelo melhor.
Em acreditar no melhor.
Em Viver melhor.

E que bom que neste elo triangular a gente se aparta nas diferenças usando as semelhanças: Amor, Parceria & Caráter.

Infelizmente, O Mundo tá repleto de Miséria Emocional.
E talvez a tríade que a permeie esta 'falta de' seja composta por Descrença, Arrogância & Ganância.

Miséria.
Fome.
Sede.
Frio.

Fome de quê?
Sede de quê?
Frio em quem?

A primeira manifestação da Japa Íntegra comigo foi o mais honesto abraço corporativo que já recebi.
A primeira manifestação da Mangázinho comigo foi o olhar mais desarmado que já pude conhecer em ambiente de trabalho.

Dizem que a gente é o quê a gente come.
E eu descobri que... banquete mesmo é aquele que mata fome emocional.
E vou dizer: eu adoro comida japonesa.

É Amor de Oriente.
Sereno.
Paciente.
Constante.

É Amor Dharma que segura Efeito Karma.

Que sorte a nossa.
E nem foi preciso a quarta folha no trevo...




segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Elos elásticos.

Talvez os relacionamentos -Amor, Amigo, Família- sejam interligados por uma espécie de Fio elástico invisível, mas que tá ali.

A elasticidade talvez seja aquilo que permita pessoas irem e voltarem.
O quê significa que o elo pode ser lindo, mas mesmo que se amarre com o melhor dos cetins: só vai funcionar se tiver elastano.

Dependendo da tensão, o tal fio vai durar mais ou menos.

Algumas vezes, podem se partir em dois, ou em três. Ou mais. E ainda assim, permitirem emenda: vai depender da folga entre um corte e outro.

Por outras vezes, a tensão é tão grande que acaba puindo. Até que, numa destas tensões, dependendo da fisgada no fio, ele se desfaz pra não mais.

Há ainda fios sem tensão alguma, e sendo assim: não há pontos. Não tem costura que se faça sem tensão. Fica tudo embolado e você acaba tendo que tirar dali a linha.

E há fios e fios. E tantas vezes, você oferta teu melhor fio. O mais bonito. Aquele que você usa pra fiar as coisas pra si mesmo.
E... ao invés de um bordado, os elos o usam pra cerzir...
E tudo bem, já que qualquer tipo de oferta só vai ser validada se puder cumprir com a demanda: teu pano tá esgarçandinho? Tó: usa esse meu fio aqui e remenda.

O quê me incomoda é quando o teu melhor fio serve SÓ de remenda.

Já usaram calça cerzida?
O pano perde a flexibilidade.
Fica endurecido, pouco se moldando no corpo.
E mais: te amarra, fica meio pesado.

Não dá pra viver de remendo.
Não dá pra passar a vida remendando vidas.

Excessos nunca são benvindos.

E quando, de repente, você se dá conta do tamanho da amarra que criou, talvez seja a hora de procurar nas gavetas aquilo que, se a gente não souber manusear, se fere:


A Tesoura.



terça-feira, 1 de outubro de 2013

Eu já tive 16.

Eu já tive 16.
Eu queria sair de SP, aprender inglês ou francês e morar no Canadá. Eu deveria saber que seria longe, eu estaria sozinha, sem família por perto.
Eu já tive 16.
Eu batia as portas da casa a cada vez que me impediam de Ser. E hoje, sonho com filhos adolescentes que destemidamente batam a porta na minha cara, pra me provar que o Mundo não os impedirá.
Eu já tive 16.
Eu não queria casar. Achava todo e qualquer tipo de rédea a coisa mais fora de propósito na vida humana. Ouvia que um dia eu quereria ter pra onde e quem voltar.
Eu já tive 16.
Eu voltava das festinhas na USP com os amigos -que se drogavam na minha frente e eu, sempre careta, deixava o cara Ser, sem rotular- à pé. Algumas vezes, voltava mais de meia noite, quando os encontros eram mais próximos da minha casa, sozinha. Não deveria, já que era perigoso e alguém poderia me abordar no escadão de acesso à minha rua.
Eu já tive 16.
Eu achava que a vida pra quem era ignorante era um profundo tédio e, por isso, me via diferente e achava que o mundo seria meu a partir do momento do meu nome e RG estando contidos na lista da Fuvest. E me diziam que o mercado de trabalho e os elos sociais não eram tão simples assim.
Eu já tive 16.
E nesta época, eu bem pouco temia.
E mesmo do escuro: eu me livrava dele olhando profunda e minuciosamente tudo o quê ali poderia existir, naquele mundo oculto de penumbra. 
Não é novidade pra ninguém o tal terceiro olho que me acompanha e que, hoje, eu domino.
Mas ali, naqueles 16 anos, eu me sentia gigante porque saber que temia o escuro e ainda assim o encarava.
Hoje eu moro só e lido com isso bem demais.
Primeiro porque não há solidão total depois da Internet: meus Amigos estão todos aqui e, tantas vezes, eu não quero tirar o roupão pra coabitar com.
Hoje, temos ainda o advento do 'spertophone', e isso sim é a glória: mensagens picantes na calada da noite pra apartar saudade, bom dia desarvorado pela manhã de amigo em apuro, um pedido de socorro e 'venha até aqui' num fim de tarde: todos me acham quando querem. E eu a eles.
Há o agravante de ser filha única, primeira neta, primeira sobrinha, ter trabalhado por anos a fio numa biblioteca. Tantas vezes, meus amigos que me vêem no oba-oba, passam dias ao meu lado e perguntam: "o quê você tem?".
Nada. 
O silêncio e a solidão me compõem. E hoje, de maneira saudável: eu preciso deles.
Hoje eu não bato portas.
Fico me perguntando quem existe do outro lado. E me pergunto porque do lado de cá eu precisaria bater portas pra Ser. E me sinto tolhida por tudo isso. Acho mesmo que o tacape é meu companheiro e adestrá-lo é das coisas mais dolorosas pra mim. E quase sempre, não sei como agir com meus instintos primitivos. E que são absurdamente aflorados. Fazer o quê pra segurar a natureza?
Nada.
O 'ser social' significa coabitar dentro do politicamente correto, no fim das contas. E infelizmente.
Hoje eu já carrego um histórico de casamento e descasamento. Alguns relacionamentos. E tudo o quê mais faço na vida é criar laços duradouros, que me prendem e seguram nas minhas próprias emoções. Não me refiro propriamente a Amores passados e só. Eu me refiro aos Amigos presentes e à Minha Família, que pode ter todos os defeitos do mundo, mas é de onde eu vim. É ali que tudo começa. Eu sempre tenho pra quem voltar. E pior: eu sempre tenho por quem nunca ir. Como fazer pra lidar com isso?
Nada.
Individualidade não caracteriza falta de laço.
Hoje, eu, que não rotulava, passei a ter de fazer pra entender e categorizar. E lido todos os dias com os milhares de rótulos que me são impostos.
Eu temo o farol no cruzamento. Temo o bêbado dirigindo às sextas feiras. Temo a violência urbana. E eu temo pelos que vigio e zelo, pra ainda mais agravar o quadro. O Meu Amor é de Vigília. Eu guardo. Eu poupo. Eu pondero. Eu sou matriarca no melhor e no pior da palavra. Hoje eu temo. E o quê se há de fazer pra destemer?
Nada.
Viver é um triz e temer é processo.
Hoje sou formada pela melhor Universidade da América Latina, falo fluentemente uma segunda língua, arrasto noutras, tenho conhecimento de usuário profissa em informática e moderado em outras tecnologias, sou articulada, falo de múltiplos assuntos, tenho uma boa teia de relacionamentos, gosto de gente, mas... o meu maior e melhor conhecimento aleatório é em psicologia, justamente pra poder dar conta do tamanho do angu. E como e o quê fazer pra ser capaz de se sentir seguro no mundo prático?
Nada.
Não existe segurança naquilo que é mutante.
Hoje eu continuo a enfrentar escuros.
Os próprios.
E dentro deles, cabe a aproximação entre iguais.
Eu ainda quero entender porque a gente tem tanto medo de SER FELIZ.
Eu ainda vou achar o meu caminho pra driblar isso.
E vou conseguir dar a mão pra quem também não achar o próprio.
É curioso, mas talvez valha dizer que tenho ouvido recentemente, e repetidas vezes de alguém importante pra mim que... eu sou 'cuzona'.
É.
Eu sou, confesso.
Sob alguns aspectos: sou.
E observando daqui: este alguém não é muito diferente. Há ali também um quê -bem demarcado, tanto quanto em mim, diga-se de passagem- de 'cuzão'.
Olho pro lado e vejo que a maioria dos Meus Grandes Amigos, os Meus Irmãos de Alma, estão com os mesmos medos que eu.
Por vezes, as nuances mudam.
Outras, são idênticas.
... "como uma segunda pele, um calo, uma casca, uma cápsula protetora"...
Eu ainda vou descobrir -em mim e no outro- em quê momento a gente permite que a porta batida vire o muro eletivo. Ou que o medo do assalto nos impeça de ir.
O meu mundo é uma enorme 'Cuzoneland'.
E daqui, do meu temeroso escuro, o meu maior medo é de que a gente se permita nunca ser capaz de voltar a ter 16 anos.
Eu.
E todos os Meus Cuzões.
Amor.
Amigos.
Família.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Deixando a roda girar.

Eu não sei.
Mas eu tenho um pouco de medo de gente que não é e não deixa ser...

Eu não sei.
Mas eu acho que o mundo, a vida, as pessoas... é tudo tão plural, tão maior, que querer me saber, me detestar, me fuçar... é realmente uma perda de tempo.

E obviamente: não do MEU tempo.
O meu tempo tem de ser gasto COMIGO.
E que bom que assim é. Serião.

Daí é só somar:

EU gasto MEU tempo COMIGO + VOCÊ gasta SEU tempo CONSIGO = a Roda do Mundo girando.

O Mundo.
Não a tua órbita.
TUA órbita em torno de MIM.

Sendo:

Vida = Mundo;
Eu = Estrela do MEU Mundo;
Você = Satélite de... X?

Escolha ser o quê quiser NO Mundo.
Seja DO Mundo.

Mas nunca, jamais do MEU MUNDO.

Sempre é tempo.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Dos conselhos.

Funciona assim: quem não se conhece, deveria manter a boca fechada.
Por um motivo muito simples: conselho gratuito, se fosse bom, a gente cobrava por.
Só que quando um Amigo te procura pra pedir colo, ele tá precisando.
E o caminho é um só: a gente usa o próprio repertório pra ajudar. É inevitável.
E se o teu repertório vier equivocado: Fuéeeeeeeeen!
A menos que você seja apto a se distanciar do problema: é formado em Psicologia? Não? Então se fecha!

E quase sempre, a gente se aproxima de pessoas afins. Nem que seja só em caráter. E se você for capaz de se relacionar com gente diferente de você: isso prova o tamanho da tua maturidade psíquica. Neste caso até te dou um ponto, se abrir a boca.
[Mas ó: honestidade, tá? Não é porque tu não discute no trabalho que se relaciona 'bem' com gente diferente de você. Autoengano: Oi.]

Agora: ser conselheiro quando você mesmo se camufla: Você não está fazendo isto direito. Volte sete casas.

Daí o cara depois reclama dos Vereadores que não sabem porque tão ali, ou Deputados: como votar naquilo que não se conhece, não é mesmo?

Não tem poder de voto?
Fecha a passagi di cumida, fecha, Fofura?

Daí quase sempre os meus exemplos são meus próprios erros: só tenho envergadura moral pra falar deles.

Acho.

sábado, 24 de agosto de 2013

Dos amuletos.

Seria só uma faca, não fosse o contexto.

Eu descobri recentemente que sou apegada a coisas que me lembram pessoas.
Não pelas coisas. E sim pelas pessoas.

Eu coleciono amuletos. Muitos.
De algumas pessoas, tenho inúmeros.
Anéis, colares, chaveiros, canecas, canetas, garrafas de cerveja. Eu coleciono momentos com estas pessoas.

Cheguei na minha Irmã hoje e comentei:

- Pô, legal o fio desta faca! Onde cê comprou? Acredita que até hoje só tenho uma? E ela é
uma merda...
- Traz todas, que amolo pra você: comprei um troço na Polishop muito bom!
- Desde que montei a casa, só tenho uma, acredita? Sempre detestei faca sem serra porque não cortam...

Continuamos a conversar.

Olhou pra mim, achei até curioso, e num rompante: "Leva essa aí pra você: tenho um monte e essa eu não uso."

- Êeeeee! Brigada!

Continuei falando.

Mas como boa multi tarefas, dentro, eu pensava: "que engraçado: minutos depois ela fala pr'eu levar a faca... deve de ter ficado com isso na cabeça... curioso esse súbito interromper dela... ela não é assim"...

... e continuei falando e ouvindo e rindo.

E a subida até a rua, pr'eu ir embora, que seria o tempo do Halls derreter, virou mais duas horas de conversa no carro.

Daí eu entendi tudo.

Nossa História. Tão nossa.

Pois bem, Moça da Faca: eu sempre achei que cozinha é quase alquimia. É a bruxaria cotidiana.
É onde a gente prende os filhos, os netos, os maridos, os amigos. É ali que também fica um pouco de nós.

Eu sou de Guerra.
Sem medo de ser feliz sendo de guerra.
Não tô muito preocupada em saber quem minha lâmina fere.
Se eu achar que faltou justiça ou correteza nas relações: passo a faca.
Se eu achar que o passar a faca será dolorido, mas necessário: é melhor que tenha fio de corte.

Daí que tu cozinha bem que só a gota.
Daí que a gente sempre foi meio bruxa. Separadas.
Juntas: uma desgraça. Desde os 16.

Daí que faca é de guerra. E de alquimia.
E pra matar a fome dos meninos que têm fome.
E pra tirar fora. Ainda que doa. Por vezes, a gente corta protegendo dum dano maior. Paradoxo. E real.
Faca defende.
Faca é ambígua. Nos gumes.
Faca derrama sangue.
Pra cortar.
Pra nutrir com o próprio sangue.

Eu sempre achei mermo que sou meio Maria Bonita, meio Diadorim.
O Sertão me dá um encantamento que não é de lógica.

Talvez -assim, ao 'acaso'- esta faca represente alguma coisa como "dividir um dom".

De Guerra.
De Alquimia.
De Corte.
De Sangue.
De Fé.

Fé.

Define.

E que a gente sempre tenha o Pão -forragem de estômago e também motivo de reunião de almas em torno da mesa- pra cortar.
E dividir.

Que a gente tenha a destreza necessária nos cortes.
Que a gente saiba motivos.
Que a gente sobreviva a eles: cortes e motivos.

Os recebidos.
Os desferidos.

Que na mão direita a gente traga a faca.

E no mesmo segundo...
... que sejamos capazes de, na esquerda, empunhar rosas.

Vermelhas.
Nada nos representa melhor.
Juntas.

Amo.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Nome: Layla.

Carl... bendito Carl...

"Não se preocupe mais com minha imperfeição.
Não se pergunte mais por quê me disse 'não'.
Se eu não procuro agora o quê encontramos antes é só porque a noite chora lágrimas de diamantes".
E isto nos diz.
E rediz.
Sim.
Eu vou te amar pra sempre.
Mas... muito mais a mim.
Eu vou sofrer pra sempre a tua ausência.
E você a minha. 
Todas as vezes em que chorar minha falta: eu estarei ali. 
E você sabe que sim.
Eu blefei.
Eu truquei.
Eu me duvidei.
Eu te testei.
E... as coisas são o quê são.
Por que é que você não gabarita teste?
Por que é que você tem e teve absolutamente todas as respostas e marcou o 'x' errado?

... X... o X... nossa incógnita...
Mas aqui do meu 'eu', confesso: vou morrer esperando que você gabarite. 
Porque não só pôde... como pode.
E poderá.
Há uma semana minha primeira -e única até aqui: tomara se mantenha!- crise de pânico completou aniversário.
E também por isso você paira.
Inconformidade me define.
Pelo resto dos meus dias.
E que se possa conviver com isso.
Eu te vigio.
"Como mãe que dorme olhando os filhos com os olhos na estrada".
Eu te vejo patinar em si.
Eu não aceito.
Eu não concebo.
Eu não.
O não do 'não'.
Eu fui.
Você permanece.
Em mim.
Mas também em si.
E na própria negação.
Eu torço.
Sim: continuo a ser altruísta.
Com uma só diferença: auto.
Estima.
E preservação.
E confiança.
Você perde antes mesmo de ganhar.
Você perde por não tentar.
Perde.
O quê teve por existir.
Perde ainda tendo.
Este é e será nosso maior paradoxo.
E é isso.
E fim.
E take care.
E... e.


Extraído de um final de enredo.




quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Vida: propriedade privada.

Daí que hoje eu tô filósofa.

Ontem eu ouvia um causo de um Amigo que se reuniu com outros, da época de colégio, e que só conseguiu a façanha porque a mulher de um deles tava fora.

Daí é assim: cê se irrita com o jogo de futebol deles? É irritante mermo.
Cê se irrita com aquele game do inferno no último volume na sala de estar e o cara sem piscar, no videogame? É irritante mermo.
Cê acha uó aquele bando de cueca falando de carro e motores? É pra achar mermo.

Mas só se irrita e acha uó quem não tem parâmetro de vida própria.
Eu me irritaria e acharia. Se maturidade não servisse pra alguma coisa.

A gente costuma achar um saco tudo deles.
Sabe por quê? Porque a gente costuma deixar de existir por eles.
E o inverso também vale: o cara que se irrita com as amigas da namorada é porque deixou de ter vida.

Quem tem amigos, perspectiva própria e família extra-companheiro/a, não se incomoda.
Aliás: curte estes momentos porque, afinal, serão também os momentos que tirarão pra fazer o quê é seu sem ser do outro.

E se você acha lindo e bacana que tua/teu namorada/o te acompanha em tudo... alguma coisa tá errada aí.
Avalie.
Alguém aí tá se anulando pra que uma das vidas aconteça.
De verdade.

E olha... eu fiz já muito isso. De podar e ficar puta porque o cara queria ter vida.
Juro: adianta nada.
Se tiver de rolar coisa extra-você: não é o futebol ou o Salão do Automóvel que irão fazer acontecer. Pode até ser ali que ele ache o rabo de saia, mas não impedirá de ver rabo de saia noutro lugar se o relacionamento pedir isso. Se ele tiver necessidade de.
Esquece.
Ciúme é incontrolável e eu sou Rainha do Ciúme. Mas sei também o quanto ele é inútil, racionalmente falando.

Uma coisa é o cara se comprometer a ter família/responsa e viver pra si mesmo a maior parte do tempo.
Conheço vários. E aí o problema é bem outro além do aborrecimento do desencontro de gostos pessoais ou direito à individualidade.
É desencontro temporal: gente vivendo momentos divergentes de busca pessoal.
Ou pior: escolher o cara errado pra ser tua família. Escolher quem não enxergue nada além de si.
Gente emocionalmente indisponível pro outro: caso perdido.
Corra léguas, se puder!

Agora: é no mínimo ridículo o cara precisar esperar a mulher viajar pra poder tomar cerveja e falar bobagem com os amigos.
Assim como é patético não poder ir ao shopping com as amigas falar de unha, cabelo e roupa.

Ridículo e patético pensando racionalmente.
Mas emocionalmente: é destrutivo pra qualquer relacionamento a longo prazo.

Vida é individual e intransferível.
Simples assim.


E gente é gente e não propriedade privada.
E marcação: só em gado.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

A primeira balada.

Minha primeira balada... têm noção???
Minha PRIMEIRA balada.
Fly. 
Barueri. 
Círculo Militar.
Carimbo amarelo no pulso que arroxeava no neon.
Era ela comigo.
Louca. Sempre foi louca... eu achava tudo aquilo que ela era insano pra nossa idade... 
Hoje: não vejo nada demais.
Sério: ela era adolescente. Ponto.
Eu? Mini adulta. Responsável demais, preocupada demais, tensa demais, psicologizada [Sim! Já!!] demais. Que coisa...
Eu era uma medrosa: tímida, gordex, morria de medo dos meninos... de parecer... tosca!
E era. Fato. Hahahaha!
Era a nerd e calada com eles.
Mas com elas... com as Amigas? Fazia todas gargalharem.
Era a malvada inteligente. E filosofada. Desde sempre.
E... era também a guardiã delas: os segredos eram todos divididos comigo. 
De todas. Como se eu sempre tivesse alguma coisa coerente pra dizer e... sempre tinha.
Modéstia zero.
Tenho sorte: desde muito nova minha Amigas me fazem ser melhor do quê de fato sou.
Elas me fazem especial. :)
E ela: não ficava atrás. 
Muita coisa dela guardei comigo.
Ela era livre.
LIVRE.
Ria. Fazia amizade com todo mundo, era descolada. Usava roupas coloridas.
Era feminina sendo moleca.
E linda! Sempre achei ela leeeeeeeendaaaa! :)))
Coisa de meses depois, eles -os meninos- me descobriram... daí virei o "Amigão": todas as patilenes insuportáveis do colégio viravam piada na minha mão: burras e sem sal. Bonitas e vazias. E eu era quem eles protegiam, já que... eu era parte deles... Hahaha! Cansei de ouvir: "Meo: onde cê se escondeu todo esse tempo?"; "Por que cê era tão quieta?"; "Pô: cê voltou diferente das férias..."
Depois daquela balada.
Ali, naquele dia, a coisa estalou aqui.
Acho que nunca contei pra ela. 
Ou já: ela me sabe total. Aliás: ali eu guardo meu lado B. O obscuro de ser.
Sendo honesta: talvez detalhes disso ela não saiba em palavras. Mas sente. Certeza. 
Pois bem.
Aquela balada, com aquele monte de luzes, aquele monte de flerte, aquela sensação de torpor na matinê regada a guaraná: a certeza de que... minha infância tinha ido. E que daquele momento em diante... a brincadeira viraria beijar na boca. Hahahaha! 
E na sequência vieram as férias. 
E na sequência: a surpresa coletiva dos 'meninos'.
Comigo, de tão mudada.
Mas também conosco: a gente brigou.
E pelo motivo óbvio: um dos 352 canalhas-mirins do colégio deu de namorar com ela flertando comigo.
Tentei ser 'adulta' -pra variar...- e continuei falando co cara, mas... ele causava, envenenava e a gente novinha e bobona: rompemos.
Ela com ele.
Eu com ele.
Ela comigo.
Eu com ela.
E não bastasse tudo isso: ela começou a causar dando em cima do cara que eu gostava... só pra me pirraçar, já que ela jamais olharia pra ele...
Creiam!!
Daí de raiva, voltei a falar com o canalha-mirim.
Abusada! Hahahaha!
O canalha? Depois acabei reencontrando mais velha e... continuava a ser canalha. Mas agora: com credencial do Clube dos Canalhas.
Hahahahaha!
Nossa, como eu fiquei magoada na época!
E sim: sabia que ela também tava e tinha ficado...
Ficamos aê uns dois anos afastadas, mas... sempre com notícias paralelas.
Saudade.
Aquela saudade de amizade de adolescência, sabe? 
Eu morria de saudade dela.
E ela de mim.
Quando a gente voltou a se falar: QUE FELICIDADE!!
Ela já tinha voltado a morar em Curitiba e... putz. Tinha vindo pra cá num fim de semana e... como aquilo passou rápido.
Como eu chorei quando ela voltou pra casa... 
Chegou em Curitiba me ligando: durou duas horas.
De chororô e continuidade do papo: eram ali meses de coisas por contar! Segredos, "doideiras", paixonites e decepções. 
Enfim: nossa Amizade toda! E que tinha tido ali um salto no tempo.
Pois bem.
Demorei um 'cado a perceber: a gente bem sempre foi... IGUAL. No quase todo.
No devaneio.
Na doideira.
No colorido.
No rir e falar alto.
No ser.
Simplesmente ser.
E demorei também mais um 'cado a perceber: ela sempre pensou demais.
Fingiu bem. Acho.
Aquela cabeça ali também é dinossauro.
Daí que... não bastasse isso: de repente eu descobri que... sem precisar falar nada a gente sempre muito foi.
A gente foi. A gente é.
A gente não se fala toda hora.
Passamos meses sem um sinal de vida.
Desnecessário.
Simples assim.
É desnecessário demarcar terreno.
Aqui e lá. 
Até porque, quando o bicho pega, a SMS da madrugada, do nada, é dela.
A ligação no meio do meu choro também.
O email que chega sem aviso.
O "tava pensando em você neste minuto" quando eu, eventualmente, dou as caras... Eu, que sou relapsa até a morte com todo mundo... e ela não fica atrás... inda bem que me ama mermo assim! Hahahaha!
Ama.
Aceita.
Aparta.
E... o melhor: me prende neste elo porque... me solta. Assim como eu com ela.
Geminianas.
Eita coisa boa que são os iguais!!
Meu refúgio certeiro quando preciso fugir do Mundo. Do Meu Mundo.
E lá se vão... caraca!
EXATOS 20 ANOS.
Amanhã, sábado, antes que a manhã finde: ela casa.
Casa com um dos caras MAIS fantásticos que eu já pude conhecer.
Casa não casando.
Casa casando brincando de não casar.
Casa mudando nome. [!!!!!!!!]
Casa... querendo ter casado: juro: era questão de honra não casar: juro: ela pediu ele em casamento. CREIAM!! Hahahahaha!
Casa... já pensando no futuro rebendo que pretende encomendar.
Casa.
Assim.
Simples assim.
A louca da balada vai casar.
A louca mais lúcida que pude conviver.
A garota colorida.
Legal só de existir.
Nunca me esqueço de uma calça jeans que ela tinha: era um apanhado de jeans coloridos e estampados, como se fosse uma roupa de festa junina, sabem? Um tecido emendado no outro?
Eu adorava aquilo nela. Poutz: achava de atitude demais.
Metade das meninas tiravam sarro e falavam que ela era cafona, brega. Eu achava único.
E era.
Como até hoje ela é.
Sou.
Somos.
Somos aí um apanhado de retalhos. 
Coloridos.
Diferentes.
Distoantes.
Dissonantes.
E tão 'a gente'.
Únicas. Parecidas sem ser.
Daí que...
... não é romântica,
http://www.youtube.com/watch?v=zmJGOWFubO8
mas... define nossa balada. A primeira.
E define tudo o quê eu te desejo: "Don't want no short dick man!" Hahahahahaha!
Emílio, O Alemão: eu te amo! Hahahaha!
Mas... o 'no short dick' não se refere ao óbvio da música pobre.
E nem ao sentido raso da letra.
A real é que... pra alguém que é MAIS, não dá pra ter MENOS.
Não existe viver com pouco tesão.
Não pra nós.
E se acontecer: é nesta hora que o farol vai baixar. 
Nem que seja por um tempo, até que a gente possa recarregar as pilhas.
E é com felicidade, alívio, pertencimento que eu afirmo: absolutamente nada teu é básico.
Eu não trabalho com bases.
Sais e ácidos é que são o canal na química! Hahaha!
Sede é nada.
Atitude é tudo.
Você esteve numa pancada de momentos meus.
E eu nos teus.
E só pra não perder a valsa... sábado: já é.
E tamojunto é pleonasmo.

Amo-te.
Fim.
Já disse de outra vez. Vai de novo: É preciso uma vida pra que se possa... respaldar.

Amo.
Muito mais que muito.




terça-feira, 16 de julho de 2013

Ela era covarde.

Deitada, ali na beirada da cama, ouvia Aquela Mulher que se dizia, contando suas histórias cotidianas. Reclamava do marido, falava das filhas, dos netos... enquanto passava a mão abaixo dos seios, voltando com um semblante de dor.
Ela observava. Ela era covarde.

A doença. A sem nome. E sem cura.

E Aquela Mulher continuava a falar. Reclamava da TV. Maldizia os políticos de esquerda. Bradava, defendendo a direita, muito provavelmente, numa tentativa inconsciente de se aproximar da classe social à qual costumam pertencer os direitistas.

E viva o progresso!

Progresso. O progresso estava ali. Progredindo pelo pescoço, num vermelho carne viva. Tão viva que ardia os olhos de quem via. Ela sentia arder. Doía e... Ela era covarde.

Ela visitava Aquela Mulher duas vezes na semana, numa tentativa de aliviar aquele pesar. Ia porque era parte dali. Ia... porque a amava. Ela sofria. Ela era covarde.

Como é fato que o palhaço carrega mais dor em si que qualquer pierrô: por fora, as gargalhadas -que Ela fazia serem também dAquela Mulher- serviam pra esconder o desespero calado, a enorme sensação de impotência diante daquilo tudo. Ela se desenganava. Ela era covarde.

Ela se via nAquela Mulher.

Recentemente, Ela também descobrira a doença em si. A maldita. No começo, bem verdade. E por sorte dentro do azar: estava praticamente curada, em plena finalização de tratamento. Mas... Ela olhava Aquela Mulher e pensava que... ela também se curara um dia. E como erva daninha, como um comichão, como uma coisa não dita: a doença voltara. E agressiva. E raivosa. Como se houvesse ali de quem se vingar. Como se, de doença, pudesse passar a ser vida. Como quem, de fato, toma pra si uma vida. Ela temia a falta de vida. Ela era covarde.

Ela olhava Aquela Mulher com admiração. Oito anos dividiam a descoberta da enfermidade pro agora: era muita coragem. Determinação. Insistência de vida.
Aos poucos, Ela ia se despedindo dAquela Mulher. Achava mesmo que Aquela Mulher deveria ser eterna. Como são eternas as mitologias, ou as crenças. Ela era ingênua. Ela era quase besta, de tão ingênua, acreditando que fosse possível jamais permitir que Aquela Mulher partisse, mas compreendia que, em algum momento, Ela não mais teria Aquela Mulher ali, se dizendo. Ela sentia saudade prévia. Ela era covarde.

"Eu já cansei."

Ela conhecia bem Aquela Mulher. Sabia que, ao ouvir isto, significaria a chegada do começo do fim: a coragem sempre tão presente ali, nAquela Mulher, dava lugar à exaustão. Uma exaustão legítima, aliás. Ela sentia aquele cansaço como seu. Ela era covarde.

"Eu tenho tido dificuldade de engolir coisas sólidas... líquido vai bem. Sólido: não. Tô achando que vão querer fazer traqueostomia, viu? Eu não vou deixar!"

Ela ouvia, dizendo qualquer coisa que afirmasse em contrário, mas com a certeza de que, se preciso fosse, sim: fariam. Não que Ela concordasse, mas não estava no seu alcance as decisões médicas.
Tantas vezes, Ela ouvia, calada, Aquela Mulher. Em realidade, fazia cara de quem ouvia, mas dentro era um barulho ensurdecedor: de cabeça pensando e coração berrando. Ela sangrava. Ela era covarde.

Ela era covarde.
Ela se via covarde.
Perto dAquela Mulher: Ela era muito covarde.
De uma covardia quase egoísta, não fosse o pranto habitual na volta pra casa, desde que havia percebido que Aquela Mulher perdia na corrida contra o tempo. Devagar, mas perdia. Como areia passando de um lado a outro da ampulheta, mas perdia.

Aquela Mulher perdia.
Perdia Ela também.
Perdia Aquela Mulher.
Perdia, mas com a certeza de que teria de aprender a ganhar no próprio jogo. Não haveria empate: Ela tinha de ganhar. Se Aquela Mulher vencia há anos a peçonha da serpente... porque é que Ela aceitaria perder? Pro quê quer que fosse?
Mas... Ela era covarde...

Olhava Aquela Mulher com a certeza mais que absoluta de que deveria se despir do quê não era. Do quê não era porque nunca foi, do quê não era pra ser, do quê jamais ela deveria ter sido. De tudo o quê diz 'não' antes mesmo de ser concebido ou assimilado: era necessário despir-se. Até mesmo porque Ela era covarde.

Aquela Mulher -além de tantas outras coisas- a ensinava -ali, quase se despedindo- que era preciso aceitar ser.
Simplesmente ser.
Ainda que isso significasse carregar, em si, carnes inflamadas, cor de carmim: paradoxalmente, também configuravam vida.
Havia vida ali. Era roubada dAquela Mulher a cada segundo, mas havia vida. Pulsava vida. Por toda uma vida, pulsou Vida.

Sim.
Pulsou.
E ainda pulsava.

E pulsará -a rebote- dentro dEla, pra sempre.
Ela era covarde.
Perante Àquela Mulher.
E só.

Ela era covarde.
Ela foi covarde.
Ela jamais seria covarde.
Ela aprendeu a nunca ser covarde.

Aquela Mulher nunca foi covarde.
Foi com Aquela Mulher que Ela aprendeu a destemer.

Aquela Mulher sempre disse a Ela que nunca seria possível ser covarde porque...

... não há cova quando a carne ainda arde.



quinta-feira, 27 de junho de 2013

Pulsão de vida e morte.

Tem horas em que eu piro.
Piro na psicologização da espécie. Claro.

Tava aqui pensando sobre luto.
Li em algum lugar que o luto é necessário.

Que o luto é necessário pra tranquilizar a dor.

Algumas pessoas precisam passar por rituais: ver o caixão descer, segurar a mão de quem vai pela última vez, estar no velório... e por aí vai. Os rituais facilitam nossas transições, tantas vezes.
Mas... como proceder quando o luto é eletivo?
Quando decide-se matar um vivo ou quando morre-se pra alguém?

A resposta talvez seja simples.
E a gente talvez prefira complicar. Acho.

Há aí estudos que dizem que o luto aceitável varia de seis a nove meses.
E que a partir disso, estaria então configurado o quê a psicanálise chama de 'luto patológico'.

O luto patológico é definido, basicamente, como um sentimento que não se vai.
De qualquer modo, me parece que o principal ponto é: não se vai porque não permitimos que.

E o motivo... chega a ser irônico -sob a minha ótica, claro-. mas...
... o motivo... o grande motivo é...

"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas".

Eu riria.
Não fizesse -pra mim- tanto sentido...

O 'cativar' aí tem duas acepções.

A primeira: 'cativar' como 'ser responsável por'.
Mais ou menos como pais que perdem seus filhos ainda bebês e que acham sempre que poderiam ter evitado que assim fosse.
É um 'cativar' de admitir culpa só pra si. É um 'cativar' que acha pouco o quê se viveu. Insuficiente. Aquém. Sofre-se pelo quê poderia ser.
Em geral, a gente sofre em qualquer tipo de perda.
Mas absolutamente tudo o quê se vive a contento, tudo o quê é plenamente aproveitado, não deixa sequelas, não deixa remorso. Não deixa lacuna.

E a pergunta é: a lacuna... essa que incomoda... incomodaria também se... 'tudo estivesse vivo'? *grilos no silêncio*

A segunda: 'cativar' como 'cativeiro'.
Sobremaneira pra si mesmo. Cativeiro imagético.
Mais ou menos como quando recém casados perdem seu par abruptamente. Quem sobra, quase sempre irá viver da imagem projetada. Também -como na primeira situação- sofre-se pelo quê poderia ser. Mas é um 'poderia ser' plantado ali. Pega-se um trejeito, uma lembrança, uma virtude e... potencializa-se aquilo, como numa fantasia. Uma quase psicose.

E a pergunta é: a fantasia... essa que enleva... enlevaria também se... 'tudo estivesse vivo'? *grilos no silêncio*

Lacuna.
Fantasia.
Será que é disso que se precisa viver?

Talvez a resposta pra isso esteja em humanizar.
Tudo e todos e o tempo todo.

No 'cativar' como 'responsabilidade', o 'humanizar' é seu.
No 'cativar' como 'cativeiro', o 'humanizar' é do outro.

Tirar de si a responsabilidade pelo 'fracasso' ou 'sucesso' talvez seja o primeiro passo pra que se consiga deixar ir. Se destituir do posto de 'pai/mãe da situação' não só te permite errar, como também te desobriga.
Quão ruim é ter de fazer acontecer, não? Desejando o quê não é...

Tirar o outro do cativeiro imagético talvez seja -por sua vez- o primeiro passo pra que se consiga... ir.
Destituir o outro do posto de 'projeção de desejos' não só permite o outro a errar, como também o desobriga.
Quão ruim é ter de coabitar com o irreal, não? Desejando o impossível de ser...

E o humanizar tem de passar pela destituição.
É preciso sim sentir raiva.
É preciso sim atribuir valor.
É preciso sim configurar realidade, admitindo virtudes, defeitos, qualidades, desqualificações.
E não pra dar nota de zero a dez.
Mas pra permitir que... se possa dar a César o quê é de César.
Nem mais.
Nem menos.

Coisas são o quê são.
Pessoas são o quê são.
Projetar imagens, moldar pessoas, desejar morar no irreal, se adjetivar sem ser... não dá.

Talvez... talvez a gente tenha mesmo é dificuldade -no caso da 'morte-viva'- de abrir mão da nossa própria expectativa.
Que pode até mudar conforme o momento, a idade, o histórico.
Mas uma coisa não muda nunca em relação a ela: nossa necessidade de saciedade.

Saciedade é fome.
Fome de quê?
O quê você come?
O quê te alimenta?

Que seja qualquer coisa.
Menos cadáveres emocionais.

Talvez nos falte entender que Vida e Morte caminham juntas.
Talvez nos falte aceitar que assim como há a Pulsão de Vida, que move nossas 'fomes', há também a Pulsão de Morte, que possibilita nossos 'dejetos'.

Eros e Tantatos.
Perséfone e Hades.
Bem e Mal.


Conceitos todos arbitrários: depende de repertório individual.
Mas independente disso, começos pressupõem finais.
Ainda que não se esteja preparado.

Se a gente pensar que o tal luto saudável dura de seis a nove meses e que este -por coincidência?- é o mesmo tempo minimamente necessário pra maturação de um feto... talvez consigamos entender este movimento.
Esta ideia de que a vida tá emendada na morte e a morte tá emendada na vida.

E que coisas findam pra que outras comecem.
E que no fim da linha sempre há alguma outra coisa.
E é com esta nova coisa que a gente passa a trabalhar a partir dali.

E onde era 'perdeu, Playboy!'...

... passa a ser 'venceu, Herói!'.

:)

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Em prol do Amor Comutativo.

Amor Incondicional.
Acho bonito o termo.
Algumas vezes uso, inclusive.
Romanceadamente é bonito de dizer.
Mas na realidade, incondicionalidade não mora onde mora o Amor.

Nem Amor de Mãe é: se teu filho te espancar 3x no dia, não há como amá-lo.
Nem Amor de Filho é: se teus pais te mutilarem todos os dias por um motivo, não há Amor que resista.

Se você deposita afeto naquele banco de sentimentos, você quer que aquilo renda.
Que cresça.
Que vire uma aposta válida.
Enorme. Gigante.
Que multiplique em si mesmo.

Amor é natural, não imposto.
É a via de mão dupla pra que duas pessoas se encontrem num ponto do caminho.
E quando um dos lados desliga o carro... ou retrocede... não há como a outra pista continuar a seguir.

Seguir? Pra onde? Por quem? A caminho de quê?
As respostas pra isso passam a ser outras.

Esta é a hora de pensar na rota a ser feita a partir de si, e não pra alcançar um ponto em comum.
Não há ponto em comum quando o comum muda de endereço.
Seguir na negativa é ir em busca do nada.

E o nada é a ausência total de coisas.
De esperança.
De afeto.
De falta.
De excesso.
É a negativa de preenchimento.
De pertencimento.
É a negativa de continuidade.

E se negar a processar a negativa, só gera maior negação.
De si pra si.
De si pra vida.
De si pro mundo.

É mais ou menos como parar no meio do cruzamento férreo torcendo pra que o trem descarrilhado não te pegue em cheio.
É negar que o fim tá ali, iminente, e que se nada você fizer... o trem te arrasta.


Talvez falte na gente a ideia de que a única coisa definitiva é a morte.
A maior negação que a vida pode nos proporcionar é a morte.
A própria.
A de quem a gente ama.

Pra tudo há revisão de valores.
E necessidades.

Talvez nos falte habilidade pra entender que os fatores pra 'nãos' e 'sins' não são definitivos.

Mas são 'comutativos', onde a ordem dos fatores não deve alterar o produto.
Enquanto houver divisão e multiplicação, a comutatividade tá acontecendo.

A partir do momento em que entrar soma e subtração: um dos lados sai na defasagem.
Na soma e na subtração: a comutação não cabe mais.

Talvez a resposta esteja no tipo de resultado-final pessoal que se busca.
No valor real de Amor que se precisa.
E mais: na qualidade dele.

Acatar finais talvez seja a maneira mais natural de permitir começos...

... e talvez...

... recomeços.

domingo, 12 de maio de 2013

Pra quem não é Mãe.

O meu desejo do bem no Dia das Mães não será pra elas.
Mas sim pra quem ainda não é Mãe.

Que todas nós possamos ter discernimento ao colocarmos filhos neste Mundo tão desigual.
Que a gente tenha condição psicológica de ofertar aquilo a que se propõe a maternidade.
Que a gente possa ter Amor de fato aos filhos e não à ideia deles.
Que a gente saiba que trazer uma Vida à luz é mais ensinamento/aprendizado que romantismo.
Que a gente consiga ter afeto suficiente pra entender que filhos não precisam te temer para te respeitar, mas precisam sim da certeza da tua mão entrelaçada na deles ao atravessar a rua. E a Vida.
Que a gente consiga ofertar Espaço, Respeito, Amor de Mãe, de fato.
Que a gente consiga transmitir a ideia de Dignidade, Caráter e Amor Próprio a contento.
Que a gente possa fazê-los fortes o suficiente para enfrentar o escuro do quarto e o escuro da própria Alma.
Que a gente aceite que nem de tudo poderemos ser capazes de livrá-los.

E sobretudo, que tenhamos capacidade de saber os exatos significados de...

... acalantar e prover...
... proteger e sufocar...
... guiar e tolher.

Os primeiros são de Mãe em Exercício.
Os segundos, de Papel de Mãe.

E ser Mãe é muito diferente de interpretar o papel.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Acácias no túmulo.

Dizem as más línguas que no melhor da mágoa de cabocla, Seth decidiu em algum momento matar Osíris.
Pra isso, inventou uma espécie de 'gincana': seria montado um caixão e, quem ali coubesse, levaria a própria mortalha de presente.
Pois bem.
Evidentemente, o sorrateiro Seth construiu o berço fúnebre com as exatas medidas de Osíris e, chegada sua vez de 'provar' a 'roupa', ele não só coube, como foi trancado ali e jogado no rio.
Ísis, ensandecida, procurou o marido por dias.
Achou-o numa curva de rio e... sobre o caixão... uma Flor de Acácia era nascida.
E é justamente esta lenda que dá a Osíris o título de Deus da Morte e da Imortalidade da Alma, por conta da Acácia que guiou Ísis.

E... são muitas as lendas envolvendo Acácias: árvore espinhosa, de madeira resistente e de veneno perigoso.

Há quem diga que a madeira usada na Cruz de Cristo foi de Acácia.

O termo que designaria 'espinho' em grego arcaico deu origem ao termo 'acácia' no português, depois de passar pelo filtro do latim.
Diversas passagens da Bíblia em texto grego levam a crer também que a Coroa de Espinhos usada no Cristo foi feita de Ramos de Acácia.

Há ainda uma lenda na qual o arquiteto do Templo de Salomão -Hiram Abiff- sofreu um golpe e foi assassinado por alguns companheiros. Quando o Rei fica sabendo, manda um grupo à caça do corpo.
O grupo, já cansado, pára perto de uma terra recentemente revolvida e descobre, no Monte Moriah, o corpo de Abiff.
Enterram ali um ramo de Acácia pra facilitar a busca quando viessem retirar o corpo.
Contam que o ramo tomou vida própria, cresceu e foi assim que a Acácia se tornou um dos maiores símbolos da Maçonaria.

Dizem que a Acácia é a Árvore da Vida.
E que suas flores cegam, as sementes matam e que as suas raízes curam.
Dizem ainda que a semente seria o veneno e a raiz, o antídoto.

E assim, em tantas culturas diferentes, a Acácia passou também a ser um símbolo de Vida após a Morte, de Purificação, de Resistência e de Sabedoria.



Você se duvida?
Eu me duvido.

Todo tempo.
Tempo todo.

Daí que... tem horas que... a gente tem de revisitar.
Rever lugares deixados pra trás.
Tanto do lado de dentro, quanto de fora.

E vai ser neste momento -o de re-visão- que você vai saber se tuas escolhas estão válidas, foram justas, ou mesmo honestas.

É mais ou menos como quando a gente 'visita' a lembrança do ente querido que foi...
Cê já chorou tudo que podia.
Cê já lamentou a falta de... sorte?
Cê já se desfez, refez e fez.

É mais ou menos como quando você volta ao campo de guerra.
Cê volta ali pra ter certeza de que... depurou aquilo tudo.

Sempre ficarão lembranças.
Uma coisa aqui, outra ali.
Algumas boas, outras ruins.

Mas... se no 'noves fora' der zero: valeu.

O tudo.
O todos.
E o tempo todo.


Escolhas.

Válidas.
Justas.
Honestas.

Entrei no Campo de Guerra.
Ajoelhei.

Deixei flores num Túmulo.
Agora.

Singelas.
Amarelas.

Acácias.


segunda-feira, 6 de maio de 2013

Xô, xô, Diabete Emocional!

Um bebê é um bebê sem 'glicose errada' até que a avó lhe apresente pela primeira vez o chocolate -quase sempre- ou a Coca/o Guaraná -vez ou outra.

Até ali, ele é só um bebê que se alimenta de tantas outras coisas e que consome a 'glicose errada' de que precisa de maneira 'certa'.

Pois bem.

Depois que passa uma certa fase, depois da tomada de consciência sobre si, em algum momento, a gente passa a escolher/preferir o quê comer, mas, de qualquer modo, sempre pautados num conhecimento prévio: não dá pra preferir comer cajá se você num conhece o gosto. Dá pra escolher. Mas mesmo pra isso: você tem de ter noção do quê é cajá, chegar próximo de um, ao menos. Tem de ter a concepção dentro do teu repertório pessoal de frutas. No caso: fruto.

Daí que... isso vale pra tudo.

Você não vai dar Amor se nunca chegou perto dele. Da mesma maneira: pra odiar também é preciso tomar consciência do conceito em algum momento.

Acho que quase sempre a gente vai observar o mundo sob a nossa perspectiva. Pode até ser que em algum momento, em alguma situação, a gente perceba coisas com o auxílio de alguém(ns) -Amigos, Família, Professores-, mas à primeira vista, o primeiro contato com qualquer conceito é nosso.

E porque nossa ótica é predominante em nosso ponto de vista; e por ser natural que a gente busque no cérebro a primeira informação relevante pra fazer associações em qualquer tipo de situação...

... quando em imprevistos, discussões, guerras, tsunamis ou qualquer tipo de 'isso num tava no script', a primeira coisa que você pensar ou disser vai tá pautada na 'maior imagem' que você tiver aí dentro sobre determinado assunto.
O quê isso significa?

Significa que, na queda de uma ponte, tua primeira reação é sobreviver.
Significa que num sequestro, as pessoas que vierem na tua cabeça, serão sempre as mais relevantes pra você.
Significa que, se num atraso do teu namorado, você quiser saber 'com quem ele tava' e não se 'alguma coisa aconteceu': a informação rápida veio do teu cérebro. Não do dele.

Quero dizer que -em linhas gerais, óbvio- as ideias às quais você recorre têm grau de prioridade. E se, em caso de pânico, teu ciúme impera: ou há indícios, de fato, ou é coisa plantada por você em você. E se for: o quê te move? Posse? Medo? Vontade de pular 'também' a cerca?

Ninguém vai balizar ninguém pelo que não vivenciou. Seja como vítima ou agente.

E mesmo a escolha do foco dentro do ponto de vista: ela também levará em consideração o quê você já traz de informação.

Suponha que... cê escolha aquela fantasia linda. Carnaval fora de época na escola.
Quando vai vestir, uma marca enorme de ferro: tua mãe passou e queimou. E... o pano não poderia ser passado... 100% acrílico. Plástico. Artificial.

Daí, chateada, cê reclama.
Ela, além de te chamar de ingrata -você não só não pediu, como não queria que passasse, já que estragaria o pano-, ainda termina, dentre outras coisas, jogando na tua cara a mesada que te dá.

Criatividade e valor afetivo não são relevantes pra tua mãe -que nem deve saber o quê é isso. Assim como respeito por espaços: a falta de limite não configura Amor. 'Glicose errada'.

E pior: se num racha vem pra pauta quesito 'grana' sem ser convidado: não é você quem se pauta nisso... o referencial será dela e... porque estes são os valores primeiros dentro dela.
É matemática pura!

Validar situações sob nossa ótica e só... pode ser tão ou mais nocivo que dar chocolate pra bebês. É jogar no limbo da 'diabete emocional', fazendo as criaturas que se relacionam com você tomarem 'gosto' pelo alimento pronto, sem que tenham a chance de questionar vitaminas e mais: quem não conhece cajá, num sabe detectar quando vê um: quem não foi nunca apresentado prum Amor saudável, não vai saber diferir quando ele acontecer noutras situações.

E... precisar de 'insulina afetiva' cria dependência. Daí tantas vezes a gente esbarra em gente boa, de caráter excelente, mas que por tudo o que <não> vivenciaram, precisam de pessoas de maneira vital pra sobreviverem, como que viciados.

E um viva à terapia!

E se em tese, dizem que a gente é o quê come:

talvez se faça mesmo necessário manter uma dieta balanceada e livre de transgênicos.

Por via das dúvidas: não se permita engolir o quê não te apetecer...

Dizem que esses alimentos pouco naturais causam câncer.

Vai saber...





terça-feira, 16 de abril de 2013

Do ciúme, despeito, recalque e outras drogas.

Pessoas que se doem com o quê lêem de carinho e amizade no mural -Facebook-
alheio e/ou dos amigos em comum: meu sono.

E um lamento.

É a vontade de constar nem que seja no negativo. E naquilo que sequer as dizem respeito. Quédizzê.

É i-na-cre-di-tá-vel o quê ciúme, o despeito e o recalque são capazes de gerar.
Estes sentimentos fazem as pessoas se aliarem umas às outras... como imã.
Eu acho mesmo muito triste. Sobremaneira, quando não precisaria ser como é. Quando você sabe que as pessoas podem ser melhores que isso.


Daí que... grandes relações são pautadas em muitos fatores.
E não só flores.
Passando aí pela visão que o outro faz da gente e a gente faz do outro.
A negativa, sobretudo. Porque é da depuração dela que são feitos os alicerces.
Amar o Sorriso é bom.
Quero ver Amar o Tapa na Cara, quando necessário.

Porque pra Amar de Verdade é preciso saber dos defeitos do outro.
E mais: ter cacife de apontá-los no outro.
Ter cacife pra ter os próprios apontados.
Os meus Grandes Amigos sabem tudo de mim.
E eu deles.
E digo a todos eles o quê penso deles.
De bom.
E de ruim TAMBÉM.

Quando eu era molecota, obviamente minha mãe era chamada nas reuniões de pais e mestres... e eu sempre fui faladeira e petulante.
E... né?
Eu sabia o quanto eu aprontava... e exatamente o quê eu aprontava.
Excelente aluna, mas malaca. Sempre.
E contava tudo pra ela, antes que fosse tarde e soubesse por outra pessoa.
Chegava lá, a Coordenadora dizia: 'sua filha isso, e aquilo e blablablá'.
Minha mãe dizia: 'a Sra. esqueceu isso, e mais isso e issaqui também'.

Grandes relações, pra serem o quê são, há de se aparar arestas.
Não há relacionamento inteiro sem desentendimento.
Não há relacionamento verídico sem embate.

Confiar é com + fiar.
É pacto velado.
Você fia, costura o elo com linha duradoura, ainda que a agulha te fira o dedo.
Ainda que você alfinete os panos todos.
Ainda que você lide com tua própria costura torta.
E com a alheia.

Não há relacionamento sem a integridade de um 'eu confesso que não digeri da maneira que deveria aquilo que você fez', ou 'eu achei que o quê você disse ali, queria me ferir propositadamente'. E o clássico: 'eu não te sabia o suficiente e disse isso, aquilo e mais aquela outra coisa pra fulano de tal: desculpa: você nunca mereceu'.

Pra quem vive nO Mundo Fantástico de Bob: realmente, pessoas passam anos escamoteando o quê pensam umas das outras.
Intriga fica bacana em enredos tipo 'A Usurpadora' e coisas do gênero...

Eu confio muito nos meus.
E meu pescoço a corte: a confiança é de ambos os lados, nos meus Grandes Laços.

E... todo mundo que tentou jogar contra os meus: se lascou. [E vice versa.]

Eu posso falar deles. Se quiser.
Eles podem dizer de mim, se quiserem.
E ninguém mais.

Porque o quê é meu, é meu.
E se mexer: paga pedágio. E ágio.

E sei bem quem são todos os meus: pouco me importa o quê eventualmente possa ter sido dito a meu respeito um dia, a partir do momento que eu os elegi.
[E vice versa.]

Daí que... tenta a sorte!
Porque tudo o quê pode ser dito contra, vira munição a favor.

E livrai-nos de todo mal.

Amém.