sexta-feira, 10 de maio de 2013

Acácias no túmulo.

Dizem as más línguas que no melhor da mágoa de cabocla, Seth decidiu em algum momento matar Osíris.
Pra isso, inventou uma espécie de 'gincana': seria montado um caixão e, quem ali coubesse, levaria a própria mortalha de presente.
Pois bem.
Evidentemente, o sorrateiro Seth construiu o berço fúnebre com as exatas medidas de Osíris e, chegada sua vez de 'provar' a 'roupa', ele não só coube, como foi trancado ali e jogado no rio.
Ísis, ensandecida, procurou o marido por dias.
Achou-o numa curva de rio e... sobre o caixão... uma Flor de Acácia era nascida.
E é justamente esta lenda que dá a Osíris o título de Deus da Morte e da Imortalidade da Alma, por conta da Acácia que guiou Ísis.

E... são muitas as lendas envolvendo Acácias: árvore espinhosa, de madeira resistente e de veneno perigoso.

Há quem diga que a madeira usada na Cruz de Cristo foi de Acácia.

O termo que designaria 'espinho' em grego arcaico deu origem ao termo 'acácia' no português, depois de passar pelo filtro do latim.
Diversas passagens da Bíblia em texto grego levam a crer também que a Coroa de Espinhos usada no Cristo foi feita de Ramos de Acácia.

Há ainda uma lenda na qual o arquiteto do Templo de Salomão -Hiram Abiff- sofreu um golpe e foi assassinado por alguns companheiros. Quando o Rei fica sabendo, manda um grupo à caça do corpo.
O grupo, já cansado, pára perto de uma terra recentemente revolvida e descobre, no Monte Moriah, o corpo de Abiff.
Enterram ali um ramo de Acácia pra facilitar a busca quando viessem retirar o corpo.
Contam que o ramo tomou vida própria, cresceu e foi assim que a Acácia se tornou um dos maiores símbolos da Maçonaria.

Dizem que a Acácia é a Árvore da Vida.
E que suas flores cegam, as sementes matam e que as suas raízes curam.
Dizem ainda que a semente seria o veneno e a raiz, o antídoto.

E assim, em tantas culturas diferentes, a Acácia passou também a ser um símbolo de Vida após a Morte, de Purificação, de Resistência e de Sabedoria.



Você se duvida?
Eu me duvido.

Todo tempo.
Tempo todo.

Daí que... tem horas que... a gente tem de revisitar.
Rever lugares deixados pra trás.
Tanto do lado de dentro, quanto de fora.

E vai ser neste momento -o de re-visão- que você vai saber se tuas escolhas estão válidas, foram justas, ou mesmo honestas.

É mais ou menos como quando a gente 'visita' a lembrança do ente querido que foi...
Cê já chorou tudo que podia.
Cê já lamentou a falta de... sorte?
Cê já se desfez, refez e fez.

É mais ou menos como quando você volta ao campo de guerra.
Cê volta ali pra ter certeza de que... depurou aquilo tudo.

Sempre ficarão lembranças.
Uma coisa aqui, outra ali.
Algumas boas, outras ruins.

Mas... se no 'noves fora' der zero: valeu.

O tudo.
O todos.
E o tempo todo.


Escolhas.

Válidas.
Justas.
Honestas.

Entrei no Campo de Guerra.
Ajoelhei.

Deixei flores num Túmulo.
Agora.

Singelas.
Amarelas.

Acácias.


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