quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Vida: propriedade privada.

Daí que hoje eu tô filósofa.

Ontem eu ouvia um causo de um Amigo que se reuniu com outros, da época de colégio, e que só conseguiu a façanha porque a mulher de um deles tava fora.

Daí é assim: cê se irrita com o jogo de futebol deles? É irritante mermo.
Cê se irrita com aquele game do inferno no último volume na sala de estar e o cara sem piscar, no videogame? É irritante mermo.
Cê acha uó aquele bando de cueca falando de carro e motores? É pra achar mermo.

Mas só se irrita e acha uó quem não tem parâmetro de vida própria.
Eu me irritaria e acharia. Se maturidade não servisse pra alguma coisa.

A gente costuma achar um saco tudo deles.
Sabe por quê? Porque a gente costuma deixar de existir por eles.
E o inverso também vale: o cara que se irrita com as amigas da namorada é porque deixou de ter vida.

Quem tem amigos, perspectiva própria e família extra-companheiro/a, não se incomoda.
Aliás: curte estes momentos porque, afinal, serão também os momentos que tirarão pra fazer o quê é seu sem ser do outro.

E se você acha lindo e bacana que tua/teu namorada/o te acompanha em tudo... alguma coisa tá errada aí.
Avalie.
Alguém aí tá se anulando pra que uma das vidas aconteça.
De verdade.

E olha... eu fiz já muito isso. De podar e ficar puta porque o cara queria ter vida.
Juro: adianta nada.
Se tiver de rolar coisa extra-você: não é o futebol ou o Salão do Automóvel que irão fazer acontecer. Pode até ser ali que ele ache o rabo de saia, mas não impedirá de ver rabo de saia noutro lugar se o relacionamento pedir isso. Se ele tiver necessidade de.
Esquece.
Ciúme é incontrolável e eu sou Rainha do Ciúme. Mas sei também o quanto ele é inútil, racionalmente falando.

Uma coisa é o cara se comprometer a ter família/responsa e viver pra si mesmo a maior parte do tempo.
Conheço vários. E aí o problema é bem outro além do aborrecimento do desencontro de gostos pessoais ou direito à individualidade.
É desencontro temporal: gente vivendo momentos divergentes de busca pessoal.
Ou pior: escolher o cara errado pra ser tua família. Escolher quem não enxergue nada além de si.
Gente emocionalmente indisponível pro outro: caso perdido.
Corra léguas, se puder!

Agora: é no mínimo ridículo o cara precisar esperar a mulher viajar pra poder tomar cerveja e falar bobagem com os amigos.
Assim como é patético não poder ir ao shopping com as amigas falar de unha, cabelo e roupa.

Ridículo e patético pensando racionalmente.
Mas emocionalmente: é destrutivo pra qualquer relacionamento a longo prazo.

Vida é individual e intransferível.
Simples assim.


E gente é gente e não propriedade privada.
E marcação: só em gado.

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