segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Elos elásticos.

Talvez os relacionamentos -Amor, Amigo, Família- sejam interligados por uma espécie de Fio elástico invisível, mas que tá ali.

A elasticidade talvez seja aquilo que permita pessoas irem e voltarem.
O quê significa que o elo pode ser lindo, mas mesmo que se amarre com o melhor dos cetins: só vai funcionar se tiver elastano.

Dependendo da tensão, o tal fio vai durar mais ou menos.

Algumas vezes, podem se partir em dois, ou em três. Ou mais. E ainda assim, permitirem emenda: vai depender da folga entre um corte e outro.

Por outras vezes, a tensão é tão grande que acaba puindo. Até que, numa destas tensões, dependendo da fisgada no fio, ele se desfaz pra não mais.

Há ainda fios sem tensão alguma, e sendo assim: não há pontos. Não tem costura que se faça sem tensão. Fica tudo embolado e você acaba tendo que tirar dali a linha.

E há fios e fios. E tantas vezes, você oferta teu melhor fio. O mais bonito. Aquele que você usa pra fiar as coisas pra si mesmo.
E... ao invés de um bordado, os elos o usam pra cerzir...
E tudo bem, já que qualquer tipo de oferta só vai ser validada se puder cumprir com a demanda: teu pano tá esgarçandinho? Tó: usa esse meu fio aqui e remenda.

O quê me incomoda é quando o teu melhor fio serve SÓ de remenda.

Já usaram calça cerzida?
O pano perde a flexibilidade.
Fica endurecido, pouco se moldando no corpo.
E mais: te amarra, fica meio pesado.

Não dá pra viver de remendo.
Não dá pra passar a vida remendando vidas.

Excessos nunca são benvindos.

E quando, de repente, você se dá conta do tamanho da amarra que criou, talvez seja a hora de procurar nas gavetas aquilo que, se a gente não souber manusear, se fere:


A Tesoura.



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