sexta-feira, 30 de novembro de 2012

#hiper[dela]link.


- Você já leu meu texto?
- Ainda não... eu não consegui respirar hoje... to aqui conversando com vocês...

Fui.
Li.
E...
... foi como me redizer.

E... ando faladeira aqui. Talvez achem que é #teleguiado.
To num momento em que já não me importo ou me incomodo mais com o quê 'acham'. 
Sempre acharam. Sempre acharão. 
E pode passar aí uma década... continuarão a especular, achar, entrará pros anais dos "Críticos de Arte".
Ainda que as cenas retratadas sejam outras.

Pouco me importa quem irá ler.
Tanto faz.
Costumo registrar aqui o quê quero que o Mundo saiba. E grave. E frise.
E... teu texto mexeu comigo. Óbvio.

Há alguns <poucos> meses: este texto poderia ter sido meu.
Durante anos: este texto poderia ter sido meu.
Por toda uma História: este texto poderia ter sido meu.
E... é quase como se tivesse sido... já que 'pertencer' tem dessas coisas...

Mas ó: eu juro: faltou uma frase no teu texto: "Porque te amei... aprendi a me amar".

Este é o saldo da sobra de falta.

E passa.
Mas veja: passar não é apagar. 
Que fique claro. 
Porque pessoas confundem. 
E nos cobram.
E acham que vir e se dizer é a corroboração da corroboração da falta. 
E do incômodo. 

Talvez do incômodo. E que não se negue. Já que ele é inevitável.

Incômodo não é sinônimo de 'requerimento'.
Re-querimento.

Apontamentos. Apenas.

Ou... creditar ao mundo a certeza da perda.
Minha. Por vezes.
Alheia. Sempre.

Porque tão humano quanto sofrer é, ao final, valorizar o aprendizado.
E dizer... 'sou melhor que tudo isso'.

E sou.
E somos.

De fato.

E colo teu texto.
Porque... define.
Como sempre.

#amo.
Pelo encontro.
Pela essência.
Pelos motivos.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

O quê te faz?

"As flores têm cheiro de morte.
A dor vai fechar estes cortes.
Flores!
Flores...
... as flores de plástico não morrem."

Certa feita eu disse que O Mal mora no Feminino.
E sim. Define.
Entretanto, há de se somar: O Mal mora no Feminino Plástico.
O engano está em cultivar o plástico.

Há de se aceitar aquilo que morre.
Há de se matar partes do todo.
De morrida.
De matada.
Do contrário... fede que "arranha a tinta e os azulejos... do teu quarto, da cozinha, da sala de estar".

O quê te colore?
O quê te reveste?
O quê te sexualiza?
O quê te alimenta?
O quê te socializa?

E... o quê te impede de?

Taí.
A Ira do Dia.
Ou melhor: das duas últimas décadas.

E... claro.
Quem ler, imediatamente pensará: dualidade de gênero!
Ledo engano, Interlocutor.
Até porque... homossexualidade - detectada fosse - não seria problema.
Talvez pudesse ser solução.
Só que nem todo 2 + 2 = 4.
Há o quê resulte em 5.
Há o quê - no meu caso - resulte em 3. E meio.

O buraco - neste caso - é sem tamanho.
E estava ali o tempo todo.
Eu o pulei.
Eu não o quis.
Nem pra vê-lo.
Nem pra sabê-lo.
Nem pra devolvê-lo.

E... sobremaneira: nem pra demovê-lo.

Antes tarde.
Que mais tarde.

Será o fim do Coelho de Alice??

Xis.


E sim: o ápice da necessidade em ser e estar e se dizer... é bloggar do celular.

Um bêjo!
Mas só pra quem é.


Enviado pelo meu FilhoBerry.

domingo, 18 de novembro de 2012

Cravando na jugular.


No fim das contas, acho mesmo que manter Amigos de longa data te confere o direito/dever de se dizer/ouvir.
Daí que... nem tem muito como fugir.
As jugulares tão ali.
E se cravam/cravo, cravam/cravo certo.

E a gente até tenta escamotear... a gente dá desculpa pra gente mesmo... mas NUNCA pra um Melhor Amigo.
Não tem saída.
Quem nos conhece o suficiente, nos conhece.
E ponto.

Infelizmente, poucas pessoas fazem bom uso daquilo que sabem sobre nós... e é isso que diferencia o Grande do Melhor, o Pequeno do Médio.

E a 'escolha' - tem hora que é 'encontro' mesmo... :) - dos Melhores Amigos passa a ser feita, então, por afinidade, por admiração, por se saber o tipo de massa que os compõe.
E quase sempre, muito parecida com a nossa.

O termo 'Melhor Amigo' - na minha visão de mundo - é fadado ao infortúnio em duas situações:

- quando o posto é dado por carência/conveniência;
- quando a pessoa eleita não enxerga além do próprio umbigo.

Talvez eu só não saiba definir onde começa uma e termina a outra.
Talvez uma complete a outra.
E a outra se origine na uma.
Vai saber?

O reconforto - nos meus tempos recentes - é olhar pro lado e... ver que nem tudo é mais do mesmo.
E que o [meu] mundo é feito ainda de quem use o veneno próprio como antídoto na minha jugular.
E aceite meu veneno como cura.
O duplo - a ida e a volta - mora em todo lugar.
Como serpente de duas cabeças.

E que - apesar de, ainda que, mesmo se - não diminuem apostas.
Pelo contrário.

Seria provável que, num outro tempo da minha vida, este fosse o momento em que eu iria dizer que sou grata por estes laços.
Hoje... hoje o discurso é outro.

O quê corre na tua jugular, corre também na minha.
O quê mora na tua peçonha, mora também na minha.


Hoje não há gratidão. E só.
Há autorreconhecimento. E também.


quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Rastro de Sangue.

Cassia tinha 10 anos quando matou pela primeira vez.
E quem deveria ter sido a segunda pessoa mais importante de sua vida. Talvez.
E que ali, fora reduzida a nitrato de pó de bosta.
Apagou vestígios.
Sentimentos.
Sobrava ela.
Sempre.
E era assim que era.

Aos 11, cometeu o segundo maior assassinato de sua vida.
Aos 15, o terceiro.
E teceu carreira.

Nunca ninguém perguntou se ela queria aprender matar.
Só que... desde muito nova ela sabia que era a principal coisa que deveria aprender.

A Morte se apresentou muito cedo, quando ela ainda tinha medo de escuro.
Sorria pra ela, debaixo da cama, como cachorro louco.
Tinha dentes à mostra. 
Sempre escorrendo sangue.
Ela crescera com aquela imagem que a visitava todas as noites.
Parecia aterradora.
Mas não era.
Ainda se.

O Tempo passou.
A sede da Morte abrandou.
E aos 17, num colóquio de fidelidade, fizeram um trato.
Era hora de escolher dar lugar à Vida.
Apesar de.

A juventude lhe trazia novos ares.
Novas gentes.
Novas necessidades, provando que o passar dos dias é capaz de abrandar tudo.
Incluindo sede de sangue. Incluindo alimento... de Morte.

Se bem que...

... mas ali, no encalço, apesar de não olhar pra trás... a sobra e a sombra da Morte eram presentes, como a velá-la, como a usá-la feito hospedeira.
Irmã siamesa.
A Morte era um rastro.

No fundo, aquilo não abdicava do direito de estar.
E veladamente Cássia aceitava a Morte -uma Morte já anciã- como parte constante do todo.
De seu histórico.
Seria possível -inclusive- dizer que... dizer que Cássia tinha um certo prazer de ali constar, de dela fazer parte, de uma espécie de... Filha da Morte... ser.
Como quem controlasse Bem e Mal.

E assim fora no decorrer dos anos.
Aprendeu a controlar o Claro e o Escuro de si.

Hoje, já balzaca e dominando perfeitamente suas nuances, conhecia a Vida.
Dava crédito a ela.
Gostava, inclusive.
Não: mentira.
Amava!
Tirava da Vida todo o alimento de que precisava.
Supria com Vida sua sede de... sangue.
Amava a ponto de levar tudo à exaustão.
Levava todas as Vidas até quando não mais pudesse suportá-las.

Levava.
E levava justamente porque... sabia da sua natureza.

Ela...
... sabia que matava.
... sabia que fora eficientemente treinada para lancinar.
... sabia que... bastava um 'sim' para o 'nunca mais'.

Hoje ela comandava a sede.
Hoje ela escolhia a hora.
Hoje ela sabia apurar o carmim.
Hoje... 
... ela deitava sangue com punhal de prata e em taça de cristal.

E sorvia.
Mesmo que.