Minha primeira balada... têm noção???
Minha PRIMEIRA balada.
Fly.
Barueri.
Círculo Militar.
Carimbo amarelo no pulso que arroxeava no neon.
Era ela comigo.
Louca. Sempre foi louca... eu achava tudo aquilo que ela era insano pra nossa idade...
Hoje: não vejo nada demais.
Sério: ela era adolescente. Ponto.
Eu? Mini adulta. Responsável demais, preocupada demais, tensa demais, psicologizada [Sim! Já!!] demais. Que coisa...
Eu era uma medrosa: tímida, gordex, morria de medo dos meninos... de parecer... tosca!
E era. Fato. Hahahaha!
Era a nerd e calada com eles.
Mas com elas... com as Amigas? Fazia todas gargalharem.
Era a malvada inteligente. E filosofada. Desde sempre.
E... era também a guardiã delas: os segredos eram todos divididos comigo.
De todas. Como se eu sempre tivesse alguma coisa coerente pra dizer e... sempre tinha.
Modéstia zero.
Tenho sorte: desde muito nova minha Amigas me fazem ser melhor do quê de fato sou.
Elas me fazem especial. :)
E ela: não ficava atrás.
Muita coisa dela guardei comigo.
Ela era livre.
LIVRE.
Ria. Fazia amizade com todo mundo, era descolada. Usava roupas coloridas.
Era feminina sendo moleca.
E linda! Sempre achei ela leeeeeeeendaaaa! :)))
Coisa de meses depois, eles -os meninos- me descobriram... daí virei o "Amigão": todas as patilenes insuportáveis do colégio viravam piada na minha mão: burras e sem sal. Bonitas e vazias. E eu era quem eles protegiam, já que... eu era parte deles... Hahaha! Cansei de ouvir: "Meo: onde cê se escondeu todo esse tempo?"; "Por que cê era tão quieta?"; "Pô: cê voltou diferente das férias..."
Depois daquela balada.
Ali, naquele dia, a coisa estalou aqui.
Acho que nunca contei pra ela.
Ou já: ela me sabe total. Aliás: ali eu guardo meu lado B. O obscuro de ser.
Sendo honesta: talvez detalhes disso ela não saiba em palavras. Mas sente. Certeza.
Pois bem.
Aquela balada, com aquele monte de luzes, aquele monte de flerte, aquela sensação de torpor na matinê regada a guaraná: a certeza de que... minha infância tinha ido. E que daquele momento em diante... a brincadeira viraria beijar na boca. Hahahaha!
E na sequência vieram as férias.
E na sequência: a surpresa coletiva dos 'meninos'.
Comigo, de tão mudada.
Mas também conosco: a gente brigou.
E pelo motivo óbvio: um dos 352 canalhas-mirins do colégio deu de namorar com ela flertando comigo.
Tentei ser 'adulta' -pra variar...- e continuei falando co cara, mas... ele causava, envenenava e a gente novinha e bobona: rompemos.
Ela com ele.
Eu com ele.
Ela comigo.
Eu com ela.
E não bastasse tudo isso: ela começou a causar dando em cima do cara que eu gostava... só pra me pirraçar, já que ela jamais olharia pra ele...
Creiam!!
Daí de raiva, voltei a falar com o canalha-mirim.
Abusada! Hahahaha!
O canalha? Depois acabei reencontrando mais velha e... continuava a ser canalha. Mas agora: com credencial do Clube dos Canalhas.
Hahahahaha!
Nossa, como eu fiquei magoada na época!
E sim: sabia que ela também tava e tinha ficado...
Ficamos aê uns dois anos afastadas, mas... sempre com notícias paralelas.
Saudade.
Aquela saudade de amizade de adolescência, sabe?
Eu morria de saudade dela.
E ela de mim.
Quando a gente voltou a se falar: QUE FELICIDADE!!
Ela já tinha voltado a morar em Curitiba e... putz. Tinha vindo pra cá num fim de semana e... como aquilo passou rápido.
Como eu chorei quando ela voltou pra casa...
Chegou em Curitiba me ligando: durou duas horas.
De chororô e continuidade do papo: eram ali meses de coisas por contar! Segredos, "doideiras", paixonites e decepções.
Enfim: nossa Amizade toda! E que tinha tido ali um salto no tempo.
Pois bem.
Demorei um 'cado a perceber: a gente bem sempre foi... IGUAL. No quase todo.
No devaneio.
Na doideira.
No colorido.
No rir e falar alto.
No ser.
Simplesmente ser.
E demorei também mais um 'cado a perceber: ela sempre pensou demais.
Fingiu bem. Acho.
Aquela cabeça ali também é dinossauro.
Daí que... não bastasse isso: de repente eu descobri que... sem precisar falar nada a gente sempre muito foi.
A gente foi. A gente é.
A gente não se fala toda hora.
Passamos meses sem um sinal de vida.
Desnecessário.
Simples assim.
É desnecessário demarcar terreno.
Aqui e lá.
Até porque, quando o bicho pega, a SMS da madrugada, do nada, é dela.
A ligação no meio do meu choro também.
O email que chega sem aviso.
O "tava pensando em você neste minuto" quando eu, eventualmente, dou as caras... Eu, que sou relapsa até a morte com todo mundo... e ela não fica atrás... inda bem que me ama mermo assim! Hahahaha!
Ama.
Aceita.
Aparta.
E... o melhor: me prende neste elo porque... me solta. Assim como eu com ela.
Geminianas.
Eita coisa boa que são os iguais!!
Meu refúgio certeiro quando preciso fugir do Mundo. Do Meu Mundo.
E lá se vão... caraca!
EXATOS 20 ANOS.
Amanhã, sábado, antes que a manhã finde: ela casa.
Casa com um dos caras MAIS fantásticos que eu já pude conhecer.
Casa não casando.
Casa casando brincando de não casar.
Casa mudando nome. [!!!!!!!!]
Casa... querendo ter casado: juro: era questão de honra não casar: juro: ela pediu ele em casamento. CREIAM!! Hahahahaha!
Casa... já pensando no futuro rebendo que pretende encomendar.
Casa.
Assim.
Simples assim.
A louca da balada vai casar.
A louca mais lúcida que pude conviver.
A garota colorida.
Legal só de existir.
Nunca me esqueço de uma calça jeans que ela tinha: era um apanhado de jeans coloridos e estampados, como se fosse uma roupa de festa junina, sabem? Um tecido emendado no outro?
Eu adorava aquilo nela. Poutz: achava de atitude demais.
Metade das meninas tiravam sarro e falavam que ela era cafona, brega. Eu achava único.
E era.
Como até hoje ela é.
Sou.
Somos.
Somos aí um apanhado de retalhos.
Coloridos.
Diferentes.
Distoantes.
Dissonantes.
E tão 'a gente'.
Únicas. Parecidas sem ser.
Daí que...
... não é romântica,
http://www.youtube.com/watch?v=zmJGOWFubO8
mas... define nossa balada. A primeira.
E define tudo o quê eu te desejo: "Don't want no short dick man!" Hahahahahaha!
Emílio, O Alemão: eu te amo! Hahahaha!
Mas... o 'no short dick' não se refere ao óbvio da música pobre.
E nem ao sentido raso da letra.
A real é que... pra alguém que é MAIS, não dá pra ter MENOS.

Não existe viver com pouco tesão.
Não pra nós.
E se acontecer: é nesta hora que o farol vai baixar.
Nem que seja por um tempo, até que a gente possa recarregar as pilhas.
E é com felicidade, alívio, pertencimento que eu afirmo: absolutamente nada teu é básico.
Eu não trabalho com bases.
Sais e ácidos é que são o canal na química! Hahaha!
Sede é nada.
Atitude é tudo.
Você esteve numa pancada de momentos meus.
E eu nos teus.
E só pra não perder a valsa... sábado: já é.
E tamojunto é pleonasmo.

Amo-te.
Fim.
Já disse de outra vez. Vai de novo: É preciso uma vida pra que se possa... respaldar.
Amo.
Muito mais que muito.