domingo, 9 de novembro de 2014

O sol de ver.

Claro e escuro.

Taí uma parceria indissolúvel. 
Um não é sem o outro.

É preciso luz pra que se possa enxergar ao redor. Acho. 
É preciso sombra pra que a vida aprume. Acho.

Dizem que há um lugar neste mundão de Meodeos onde os raios do sol não chegam. 
E nesse tal mundo abissal, os peixes são cegos.

Dizem que é porque nessa parada de seleção natural, essa coisa que dizem que é o estudo do Darwin, os olhos deles não teriam função pela falta de luz. Sendo assim, a natureza, essa coisa estranha, já traz esses tais bichos escamados sem visão.

Assim talvez seja com a vida da gente. 
A gente sempre conhece o escuro. Sempre. 
Mas nem sempre se dá conta do claro porque é muito fácil se adaptar ao que é bom. O claro passa desapercebido. 
A nossa parte clara é muito fácil de se lidar. 
E o ruim... Ah. Esse incomoda. Um monte. 
E justamente por isso que a gente foge do próprio escuro. 
Mas é só nele que a gente aprende. 
É só quando alguma coisa te tira do prumo que você consegue fazer algo a respeito daquilo que te dói.

E isso é a grande sacada da vida: não achar que as dificuldades -todas- são pro mal. 
Inclusive as emocionais: será nela que a gente mais irá crescer. 
As pessoas fingem correr atrás de muita coisa, mas tudo o quê há pra ser vivido neste mundo só faz sentido porque, ao final de tudo, haverá Amor. 
Inclusive o próprio, já que dele vem o Legítimo Amor que a gente pode sentir pelos outros.

Eu não tenho muita certeza de nada nesta vida, mas... me parece que... já que a gente não nasceu lá naquele lugar estranho aonde a luz não entra... a gente precisa usar bastante os olhos. E a natureza, essa coisa estranha, nos deu dois. 
Capazes, inclusive, de enxergar em cores. 
E capazes de nos fazer incomodar com a sombra por um só motivo: a gente reconhece a luz.

Se não fosse o sol, talvez a gente vivesse num enorme mundo abissal. 
Ou, talvez, a gente sequer existisse. 
Não dá pra saber.

O quê dá pra saber é uma coisa só: a cegueira às vezes vira uma repetição de comportamento vazio. Porque lá no fundo do nosso imenso oceano, as águas estão paradas. 
E não nos estremecem. 
É preciso coragem pra sair da zona de conforto e nadar até a superfície pra enxergar o mundo.

E pra olhar pro lado. 
E reconhecer o quê brilha. 
E aceitar que, algumas vezes, pra aquecer e dar cor, o sol queima. 

Mas vai também -automaticamente- te lembrar que você ainda tá vivo. 
Pulsando.




Que todos os dias a gente possa saber aproveitar o sol. E o quê ele nos mostra.

Mesmo que arda. 



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