domingo, 12 de julho de 2015

Discurso onírico.

— Te amo. 
— Também amo.
— Você sabe que... 
— Sei...
— Pena que duvida. 
— Não duvido. Tô falando que sei.
— Cá... 
— Oi.
— Cá: você é maravilhosa. 
— Eu te gosto um monte também.
— Mas não ama mais... 
— Amo. Mas não é só Amor. Tem um mundo de outros meus sentimentos envolvidos.
— Por exemplo? 
— Admiração, o gostar propriamente dito, carinho. Zêlo. São sutis diferenças. E sou como você: plural. 
— Quero você. 
— Defina 'quero você'.
— Você sente. 
— Sinto, mas não sei definir coisas.
— Como assim?
— Não sei definir coisas. Meu papel ao certo na tua vida, tua perspectiva comigo. O que será daqui pra frente. Teu ciúme. Teu ciúme: o que fazer dele? Como será de fato? Não sei. Não tô prevendo também, mas não sei como será.
— O que significamos nesse dia? O que sentiu?
— Tem coisas não mutáveis nessa parada.

Ancorar, não. 
Aportar, talvez. 

E seguir.



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