Hoje ouvi muito sobre "confiar".
Sempre que dá, falo sobre isso: confiar é "com + fiar".
Quem confia usa fio invisível pra se unir a alguém.
Confiar é eleger: a gente escolhe a quem confiar coisas. Histórias. Sentimentos. Dores. E até mesmo sorrisos.
Daí que quando alguém rompe esse tal fio contigo, significa que tuas coisas, histórias, dores e sorrisos foram banalizados: tanto fizeram. E mais: quem quebra tua confiança te diz "não". Diz de maneira solene que você não merece resguardo.
Em compensação, quem valorizar tudo o quê for muito seu, automaticamente irá inspirar confiança.
Assim sendo, dentro d'uma lógica quase matemática: interesse inspira confiança. E vice versa.
Talvez valha dizer que não é um grande pecado quebrar confiança: é uma escolha. E cada um faz de si o quê quiser: escolhas devem ser respeitadas. Sempre.
A única coisa que não deve ser esquecida é que toda escolha implica em perda: escolher um grão de areia significa abrir mão de todos os demais.
Só crianças querem ter tudo. Adultos escolhem.
E daí que...
... escolher não inspirar confiança, essa cela solitária invisível.
quarta-feira, 17 de dezembro de 2014
terça-feira, 16 de dezembro de 2014
E por falar em romance...
-... sabe aquela nossa coisa da bolha?
- Sei...
- Sabe essa dificuldade em socializar que a gente tem em alguns momentos?
- Sei.
- Sabe essa nossa relutância em se admitir vinculado? Eu do meu jeito, você do seu?
- Sim...
- Se lembra que eu já tinha te contado que tudo seria fantástico se não fosse a enorme dificuldade dele em se relacionar?
- Lembro.
- Então. Escolho a dedo. Consegui achar alguém pior que a gente. Eu tenho a bolha: dá pra estourar. Você, a ostra: tem fresta. Ali existe blindagem. Aquilo é o Caveirão, que me olha e grita "Nunca serão!".
- Hahahahaha! É. Cê tinha falado que ele era difícil...
- Verdade! Ninguém entra. Ainda não entendi se ninguém sai: não sei o tamanho do rombo, do trauma. Ainda. Acho. Não sei se ainda mora ali alguém que possa ter causado dano... Não sei. Só sei que, como nós, todo mundo tem passado... E sei que me lembra a gente o tempo todo. E meio que chutando minha cara, esfregando como o mundo reage a essa dificuldade nossa em deixar alguém entrar...
- Ah. Cê jura? Cê jura que a gente tem dificuldade? -ar irônico.
- Hahahaha! É. Tá foda. Ainda não decidi muito bem o quê fazer: se uso dinamite correndo o risco do Caveirão estilhaçar no olho, se convenço de maneira sensual -e cúmplice até onde sei- o motorista a abrir a porta e me deixar fazer parte do batalhão ou se saio andando e subo outro morro. Tô pensando em #partiuFaveladaMaré ou #énóisnaperifadeSalvadô ou #vouaprenderaroubarnoPlanalto. Só sei que basta um enter no sistema e pedir transferência pra qualquer lugar do país no trabalho.
- Mas você se mudaria por isso?
- Não só por isso, mas também por isso: eu já tinha sede do novo, sede de mim, já tinha essa enorme necessidade de ir pra me achar. Depois do câncer: eu sou do mundo. Não tá bom? Eu vazo e recomeço com outra cor de cabelo. E mudo nome. De Carol passei a Anna. Tô pensando agora em Natasha, que usa salto XV, saia de borracha, curtindo qualquer balaco ilegal ou proibido.
- Hahahahaha! Seeeeensacionaaaaaaaaallll!!
- Eu sei que janeiro tá aí. Tem inúmeras possibilidades. Ir. Ficar. Esperar a Pós acabar. Ou, ao menos, o contrato de aluguel... Não sei.
- É uma escolha.
- Eu sei.
- "O quê te dói menos?"...
- Nossas eternas perguntas, né?
- É.
- É sempre isso."O quê te dói menos?", "Perder você vai. Precisa só saber onde perde menos." e o fatal "Cê quer ser feliz ou ter razão?"...
- Ter razão. Sempre. Trabalhamos com a razão. Gostamos. -ele usa primeira do plural só de palhaçada, só pra fazer graça quando fala de si mesmo.
- Hahahahaha!
- Carolina: aonde cê vai perder menos?
- Desta vez... eu não sei.
Disse ela ao Melhor Amigo, enquanto finalizavam um "mil folhas" e a água com gás, gelo e limão.
Como sempre.
- Sei...
- Sabe essa dificuldade em socializar que a gente tem em alguns momentos?
- Sei.
- Sabe essa nossa relutância em se admitir vinculado? Eu do meu jeito, você do seu?
- Sim...
- Se lembra que eu já tinha te contado que tudo seria fantástico se não fosse a enorme dificuldade dele em se relacionar?
- Lembro.
- Então. Escolho a dedo. Consegui achar alguém pior que a gente. Eu tenho a bolha: dá pra estourar. Você, a ostra: tem fresta. Ali existe blindagem. Aquilo é o Caveirão, que me olha e grita "Nunca serão!".
- Hahahahaha! É. Cê tinha falado que ele era difícil...
- Verdade! Ninguém entra. Ainda não entendi se ninguém sai: não sei o tamanho do rombo, do trauma. Ainda. Acho. Não sei se ainda mora ali alguém que possa ter causado dano... Não sei. Só sei que, como nós, todo mundo tem passado... E sei que me lembra a gente o tempo todo. E meio que chutando minha cara, esfregando como o mundo reage a essa dificuldade nossa em deixar alguém entrar...
- Ah. Cê jura? Cê jura que a gente tem dificuldade? -ar irônico.
- Hahahaha! É. Tá foda. Ainda não decidi muito bem o quê fazer: se uso dinamite correndo o risco do Caveirão estilhaçar no olho, se convenço de maneira sensual -e cúmplice até onde sei- o motorista a abrir a porta e me deixar fazer parte do batalhão ou se saio andando e subo outro morro. Tô pensando em #partiuFaveladaMaré ou #énóisnaperifadeSalvadô ou #vouaprenderaroubarnoPlanalto. Só sei que basta um enter no sistema e pedir transferência pra qualquer lugar do país no trabalho.
- Mas você se mudaria por isso?
- Não só por isso, mas também por isso: eu já tinha sede do novo, sede de mim, já tinha essa enorme necessidade de ir pra me achar. Depois do câncer: eu sou do mundo. Não tá bom? Eu vazo e recomeço com outra cor de cabelo. E mudo nome. De Carol passei a Anna. Tô pensando agora em Natasha, que usa salto XV, saia de borracha, curtindo qualquer balaco ilegal ou proibido.
- Hahahahaha! Seeeeensacionaaaaaaaaallll!!
- Eu sei que janeiro tá aí. Tem inúmeras possibilidades. Ir. Ficar. Esperar a Pós acabar. Ou, ao menos, o contrato de aluguel... Não sei.
- É uma escolha.
- Eu sei.
- "O quê te dói menos?"...
- Nossas eternas perguntas, né?
- É.
- É sempre isso."O quê te dói menos?", "Perder você vai. Precisa só saber onde perde menos." e o fatal "Cê quer ser feliz ou ter razão?"...
- Ter razão. Sempre. Trabalhamos com a razão. Gostamos. -ele usa primeira do plural só de palhaçada, só pra fazer graça quando fala de si mesmo.
- Hahahahaha!
- Carolina: aonde cê vai perder menos?
- Desta vez... eu não sei.
Disse ela ao Melhor Amigo, enquanto finalizavam um "mil folhas" e a água com gás, gelo e limão.
Como sempre.
terça-feira, 9 de dezembro de 2014
... como num refrão...
E olha de longe. Busca na memória: "já te vi em algum lugar, garota... onde?'...
Pensa rápido.
Aborda.
- Oi... er... Anna?
- Não: Natasha.
Pensa rápido.
Aborda.
- Oi... er... Anna?
- Não: Natasha.

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